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Por que tentar proteger seu filho de qualquer sofrimento é ruim para ele?

Nada causa maior preocupação e angústia do que ver as pessoas que amamos sofrendo, ainda mais nossos filhos, a quem queremos proteger a qualquer custo. Todo pai que realmente ama seu filho estaria disposto a tomar toda a dor que sente para si, se pudesse. Mas isso não seria bom para ninguém.

Há dores que são remediáveis. Algumas precisam ser investigadas para que sua causa seja identificada e tratada, o que geralmente traz alívio. Outras dores são persistentes e muitas vezes difíceis de serem amenizadas. Algumas dores, porém, e por mais estranho que possa parecer, são para o nosso bem. Abaixo estão algumas razões:

Somos forjados pelo sofrimento

“Às vezes, nosso necessário crescimento é alcançado por meio do sofrimento e da adversidade mais do que pelo conforto e pela tranquilidade”, disse Dallin H. Oaks. O sofrimento faz parte de nossa construção como seres humanos.

O sofrimento nos ajuda a desenvolver gratidão

Se nunca experimentássemos o amargo, como valorizaríamos o doce? Depois que uma tempestade passa, a tendência é nos sentirmos gratos pela bonança. Nunca devemos deixar de ser gratos pelas bênçãos que temos, inclusive pelos momentos em que somos provados, pois se for para nos tornamos melhores neste minúsculo período mortal, vale lutar nossa batalha para conquistarmos a infinidade do porvir.

O sofrimento nos protege do perigo

Quando nos machucamos com algo, é natural ficarmos em estado de alerta ao nos depararmos com a situação novamente. Isso vale tanto para a dor física quanto para a emocional. Inclusive a dor da culpa causada por escolhas erradas. Sobre isso, David A. Bednar disse certa vez: “A culpa é para nosso espírito o que a dor é para nosso corpo: um aviso de perigo e uma proteção contra lesões adicionais.”

O sofrimento nos une

É em situações de sofrimento e dor que recebemos os abraços mais calorosos, os olhares mais ternos, as palavras mais confortantes. As pessoas se unem para ajudar, oram umas pelas outras, desenvolvem um amor maior. Esses momentos nos fazem refletir sobre nossas fragilidades, sobre a importância da vida e o quanto a pessoa que sofre é importante para nós.

O sofrimento nos ajuda a desenvolver empatia

Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de sentir suas dores. Apesar da grande diversidade de dores que há, o fato de já termos experimentado algumas delas aumenta nossa capacidade de compreensão, de empatia. Conseguimos entender, pelo menos um pouco, como a pessoa se sente. Isso nos deixa aptos para ajudar e confortar.

O sofrimento nos torna mais fortes, resistentes e corajosos

Uma frase popular diz que “o primeiro dente sempre dói mais para nascer”. E é verdade. Isto serve para qualquer tipo de dor. Meus três filhos precisam conviver com dores frequentes desde bem pequeninos. Meu primogênito tem uma estenose no esôfago e disfagia (dificuldade de deglutição), e quando um alimento fica preso em seu esôfago ou garganta, ele fica muito agoniado e ele sente fortes dores no peito. Esses dias tive de levá-lo ao pronto socorro achando que estava tendo um ataque cardíaco.

O filho do meio costuma sentir dores nas costas devido a um problema de coluna. E o caçula tem sempre dores abdominais depois de comer, principalmente se come algo gorduroso. Se comer gordura e doce, então, fica rolando de dor. E se comer mais vezes em pouco espaço de tempo, começa a vomitar sem parar e precisa tomar soro. Já foram feitos vários exames nele, não conseguiram identificar o que ele tem.

Além de dores físicas, meus filhos sofreram bastante com o divórcio dos pais e, posteriormente, com a morte prematura do pai.

O sofrimento nos ajuda a desenvolver mais amor e gratidão pelo Salvador

A Expiação de Jesus Cristo levou-o a tomar sobre si, além de nossos pecados, todas as nossas enfermidades, dores, angústias e tristezas. Ele precisou descer abaixo de todas as coisas para ter uma compreensão absoluta de nossas provações. Devido a esse sofrimento – que nossa mente mortal é incapaz de assimilar, tamanha dor – Ele é plenamente capaz de nos socorrer e nos curar.

Ao estudarmos sobre a Expiação de Jesus Cristo, podemos desenvolver um amor maior e gratidão por Ele. Nosso sofrimento nos dá uma ideia ínfima do que Ele sofreu.

Gostaria de compartilhar uma experiência de alguns anos atrás, que me levou a ponderar seriamente sobre a Expiação. Certo dia, fui abrir a basculante da minha área de serviço e esmaguei o polegar da mão esquerda. A dor foi tão intensa, que minhas pernas amoleceram, fiquei enjoada e com falta de ar. Meu dedo ficou latejando e doendo por uma semana inteira, e minha unha ficou preta e caiu.

Fiquei ponderando sobre o ocorrido, tentando imaginar a dor que o Salvador sentiu no Jardim do Getsêmani, ocasião em que foi “ferido por nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades” (Isaías 53:5) a ponto de suar gotas de sangue que corriam até o chão (Lucas 22:44). E isso não durou poucos segundos, como aconteceu comigo, foi por algumas horas.

Não bastasse o sofrimento extremo no Getsêmani, logo o capturaram, chicotearam 39 vezes, cravaram espinhos em sua cabeça, bateram-lhe com vara, bateram e cuspiram em seu rosto. Foi humilhado, julgado injustamente e condenado à morte como um criminoso. Extremamente cansado e machucado, teve que carregar, a duras penas, sua cruz pelas ruas irregulares até o monte do Calvário. Por fim, chegando lá, perfuraram as palmas de suas mãos, seus pulsos e pés com enormes pregos contra a cruz. E lá ficou pendurado, por esses ferimentos, durante algumas horas antes de entregar seu espírito. Não tem como comparar nossos sofrimentos com os do Salvador.

Ajude seu filho a tirar boas lições do sofrimento

Depois de buscar ajuda profissional para tratar as causas das dores físicas ou emocionais de seu filho (quando necessário), ajude-o a entender que, às vezes, temos de passar por determinadas experiências para nos tornarmos mais fortes, sábios, humildes, empáticos, unidos e espirituais.

Acredito que os sofrimentos pelos quais meus filhos passaram, e ainda passam, ajudaram a torná-los o que são hoje: tão fortes, humildes, corajosos e empáticos. Eu também tenho dores na coluna de vez em quando, e quando me queixo de dor, meu caçula vem logo me fazer uma massagem (sem que eu peça). Quando vê que não estou bem, ele me abraça e pergunta como estou. E os outros dois não ficam para trás, cada um, à sua própria maneira, demonstra preocupação comigo e com as pessoas à sua volta. Eles são maravilhosos!

Que possamos ensinar nossos filhos a fazer sucos dos limões que porventura tiverem que recolher pelo caminho. E que o Senhor os proteja!

Fonte: Familia.com.br

Por: Erika Strassburger

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